Uma visita a Bletchley Park, local onde Alan Turing trabalhou durante a guerra
Fascinante e emocionante.
É o que eu posso dizer da nossa visita a Bletchley Park, local escolhido pelo serviço de inteligência britânico para abrigar, durante a II Guerra Mundial, um contingente de matemáticos, analistas, estatísticos, criptógrafos, tradutores, linguistas que, sob a liderança de Alan Turing, vieram a criar um sistema para decifrar mensagens altamente criptografadas enviadas pelos alemães.
Nem as minhas fotos, nem este pequeno relato conseguem descrever como uma série de blocos de alvenaria e galpões de madeira, chamados por eles de “huts” (cabanas em inglês) guardam uma história tão rica, envolta em mistérios e segredos, e que foi decisiva para o desfecho da guerra.
Bletchley Park é o nome de uma mansão da chamada era vitoriana (boa parte do século XIX) circundada por um belo terreno de cerca de 23 hectares, adquirida pelo Serviço Secreto em 1938.
Na área da propriedade, foi construída a infraestrutura necessária para os esforços que ali seriam empreendidos durante a guerra.
O que ver em Bletchley Park
Embora o local seja aberto para visitação pública desde meados da década de 1990, somente em maio de 2014 foi concluída a obra de restauração dos galpões que transformou Bletchley Park em um museu espetacular.
A reconstituição da máquina de Turing, a recriação de diversos ambientes de trabalho, as explicações sobre a dificuldade da tarefa empreendida e diversas outras mostras nos permitem aprender sobre Turing e seus inventos e sobre o trabalho árduo desenvolvido de forma ultrassecreta durante os anos de 1939 a 1945.
No bloco B, logo na saída do centro de visitantes, você encontra a exposição sobre a vida e o trabalho de Alan Turing e o que foi para mim um dos destaques de Bletchley Park: a demonstração do funcionamento da Bombe, máquina criada por ele para possibilitar o trabalho de decifração.
A explicação dada pela funcionária nos faz ver que este é um dos vários passos necessários para tornar legível a mensagem cifrada pela potente máquina de codificação e decodificação usada pelos alemães, chamada “Enigma”.
Mas é o que tornou a tarefa humanamente possível de ser executada.
Saindo deste bloco, fomos para a Mansão, onde funcionava o escritório do Comandante Denniston, chefão do GC&CS (Government Code and Cypher School) na época da II Guerra.
Além da reconstituição desta sala e da biblioteca, há uma mostra especial sobre o filme The Imitation Game.
Estão sendo mostrados figurinos, cenários e outros objetos usados no filme especialmente durante o tempo em que Bletchley Park foi usado como locação. Nesta mostra, vemos a réplica da Bombe usada no filme.
Nas cabanas 3 e 6, é possível ver e sentir como era trabalhar em Bletchley Park durante a II Guerra Mundial.
As salas foram reconstituídas com mobiliário da época, de acordo com fotos e depoimentos de quem trabalhou no local.
Nas paredes, vemos projeções de atores vestidos a caráter, encenando alguns destes depoimentos.
A reprodução da sala de Alan Turing pode ser vista na cabana 8, onde era realizado o trabalho mais difícil de Bletchley Park: decifrar o código naval alemão.
Turing ocupou a chefia da Hut 8 no período de 1940 a final de 1942. Nesta cabana, também há uma mostra interativa, “Brilliant Minds”, que explica através de jogos e outros dispositivos como era o trabalho dos decifradores. Muito interessante.
Terminamos a visita na cabana 11, onde mulheres operavam as Bombes em tempo integral. O local era chamado de “Hell Hole” (buraco do inferno), devido ao calor e ao barulho constante.
Este ambiente, recriado a partir de depoimentos colhidos de ex-funcionárias, nos mostra um pouco sobre o treinamento e o trabalho árduo das WRENS (Women’s Royal Naval Service).
Há muito mais o que ver em Bletchley Park, inclusive as garagens com exemplares de veículos usados no transporte militar e uma mostra sobre o processo de restauração do local.
O Museu Nacional da Computação funciona no local, embora de forma independente, é onde se encontra o primeiro computador eletrônico do mundo, o Colossus.
Se você se interessa por matemática, lógica, computação, ou por uma boa história da II Guerra Mundial não deixe de conhecer Bletchley Park!
Achamos que a visita surpreende e agradará mesmo os que não assistiram O Jogo da Imitação.
Como ir a Bletchley Park a partir de Londres
Bletchley Park fica em Milton Keynes, cerca de 80 km de Londres.
A estação ferroviária Bletchley fica a poucos metros do museu e há trens diretos saindo da estação Euston em Londres.
Os trens mais rápidos fazem o percurso em pouco mais de 30 minutos, e os mais lentos em cerca de 50 minutos. Há em média 4 trens por hora. Para consultar horários e preços, vá ao site da RailEurope.
Saindo da estação Bletchley entre na Sherwood Drive à direita. Atravesse a rua na faixa de pedestre e continue nesta rua. A entrada de Bletchley Park fica a 100 metros.
Como chegar em Bletchley Park – mapa
Bletchley Park – informações para visita
Endereço: The Mansion, Bletchley Park, Sherwood Drive, Bletchley, Milton Keynes, MK3 6EB
Horário de funcionamento:
Reabertura prevista para 17 de maio de 2021
Entre 1 de novembro e 28 de fevereiro: diariamente das 9h30 às 16h00 (último ingresso às 15h00)
Entre 1 de março e 31 de outubro: diariamente das 9h30 às 17h00 (último ingresso às 16h00)
Fechado nos dias 24, 25 e 26 de dezembro e 01 de janeiro.
Ingressos (2021):
Adultos: £21 – clique aqui para comprar com segurança na loja do órgão de turismo britânico VisitBritain
Estudantes e acima de 60 anos: £18,50
Crianças de 12 a 16 anos: £12,50
Gratuito para menores de 12 anos
O ingresso inclui um guia multimídia fantástico, com uma gama riquíssima de explicações (em inglês).
Este museu participa da promoção 2for1. Baixe seu voucher aqui.
Como é comum no setor, visitamos Bletchley Park à convite da assessoria de imprensa do museu em julho de 2015.
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Túlio
Caramba! Lugar incrível. Na minha segunda ia a Londres tenho que conhecer