Não faltam livrarias em Londres, mas a Charing Cross Road é uma rua especial, pois foi imortaliza no delicado filme "Nunca te vi, sempre te amei".
A Charing Cross Road é uma rua no centro de Londres que concentrava uma série de sebos e livrarias independentes, atraindo bibliófilos de todos os cantos do mundo.
A rua foi “imortalizada” no livro 84, Charing Cross Road, transformado em peça de teatro e depois no filme que no Brasil teve o nome de “Nunca te vi, sempre te amei”.
O livro, todo escrito em forma de cartas, baseia-se nos 20 anos de troca de correspondência entre a autora nova-iorquina, Helene Hanff, e Frank Doal, gerente da livraria Marks & Co., localizada no endereço que dá nome ao romance.
A relação, no início basicamente comercial – Helene queria comprar algumas obras que não encontrava nos Estados Unidos – vai evoluindo e se transforma em uma amizade que só se fortalece com o passar do tempo.
A espontaneidade e o humor de Helene contrastam com o estilo sisudo britânico de Frank, que ao longo dos anos vai sendo quebrado. O filme, estrelado brilhantemente por Anne Bancroft e Anthony Hopkins, é tão singelo e delicado que é impossível não se apaixonar por ele!
As livrarias da Charing Cross Road em Londres
Justamente por causa deste filme, tenho uma relação de amor com a Charing Cross Road. E por isso, fico muito triste de andar por ela vendo que em lugar das deliciosas livrarias, com bancas de livros antigos na calçada, a cada ano que passa a rua está mais tomada pelo comércio das grandes redes, com lojas que se veem em qualquer High Street britânica e, pior ainda, lojas de souvenir “made in china”.
Os motivos que levaram ao fechamento da maioria das livrarias da rua não são novidades, nem se aplicam somente à Charing Cross Road.
A mudança dos hábitos de consumo, a introdução dos livros eletrônicos, os altos preços de aluguéis, a concorrência com a Amazon.com e outras livrarias online afetaram o comércio de livros em geral e, como consequência, o número de livrarias físicas na Inglaterra, como em outros lugares, vem reduzindo drasticamente nos últimos anos.
Restam poucas livrarias independentes na Charing Cross Road, mas elas ainda conferem um charme especial à rua.
Descendo na estação de metrô Leicester Square, você pode caminhar em direção a Oxford Street e, nos três quarteirões até Cambridge Circus (que é a interseção com a Shaftesbury Avenue), verá algumas delas: Quinto Booksellers, Henry Pordes, Any Amount of Books, Koenig Books.
Já o famoso número 84 fica na esquina do Cambridge Circus, já no lado norte, no lugar em que hoje existe uma lanchonete McDonalds (!).
Há uma placa na parede indicando que ali se localizava a livraria Marks & Co., conhecida mundialmente pelo livro de Helene Hanff.
Seguindo a Charing Cross Road, pouco antes de chegar na Tottenham Court Road, você verá a loja principal da livraria Foyles, uma das mais famosas de Londres. Esta livraria, que já foi incluída no Guinness como a maior do mundo, ocupou por quase 100 anos o prédio da esquina da Manette Street. Em junho de 2014 foi transferida para o número 107, que fica ao lado do endereço antigo.
Em frente a Foyles há uma loja de outlet TK Maxx e, logo após, o início da Denmark Street, especialista em instrumentos musicais. Mas da Denmark Street falamos aqui.
Voltando à estação Leicester Square, se você for em sentido contrário (para o sul), encontrará uma pequena rua transversal, chamada Cecil Court, que é uma verdadeira viagem no tempo.
Para nossa alegria, as livrarias e sebos ainda estão lá, resistindo bravamente a todas as ameaças. Leia o post sobre a Cecil Court aqui.
Mapa das livrarias da Charing Cross Road em Londres
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Stanfords: a livraria dos viajantes
Flávia
Oi Eneida, delícia ler aqui o trajeto que fiz na última vez que estive em Londres. E comprovei a presença do comércio chinês ali, e bem onde tem a foto no post, ali, minha filha comprou uma capa pro seu iphone, pois o preço estava melhor que nos outros lugares, rsrs…
E vi sim, algumas livrarias pelo trajeto, como disse você.
Ah! e ainda entrei na TKMaxx, mas só tinha coisas muito feias, rsrsrs, e precisaria de mais tempo pra garimpar…
Saudades de Londres…Ainda bem que esse blog me consola, eheh!
beijinhos.
Eneida
Oi Flávia,
Sempre bom contar com você! Beijos e saudades.