Quer saber como é passar o reveillon vendo a queima de fogos que acontece no London Eye? Leia este relato da Daniela, que esteve na festa do ano passado e, apesar dos perrengues, se divertiu bastante. Agradeço à Daniela pelo relato super completo!
***
E muita coisa mudou por lá desde o ano passado, quando o governo passou a cobrar entrada para os arredores da London Eye e BigBen. Na virada de 2014/2015 estivemos lá, eu e meu husband, comemorando nossos 10 anos juntos e realizando novamente meu sonho de estar nessa cidade que é a minha paixão ever.
Bem, vou contar a minha experiência nessa ocasião que foi muito divertida e inesquecível. De forma cronológica, eu antes de mais nada, pesquisei O QUE FAZER na virada do ano em Londres. Descobri então que passou-se a cobrar ingresso de £10 para o entorno de onde saem os fogos.
Eu acabei não comprando , pois fiquei com medo de acabar me arrependendo e perder a grana, se caso eu decidisse fazer outra coisa no dia. Eu planejei a viagem, mas fui com o pensamento de que faria o que desse a telha, independente do plano. E foi assim.
Um dia (uns 3 dias antes do Ano Novo), fomos jantar num restaurante atrás da London Eye, que tem preços legais e várias opções de massas (comida de todo brasileiro que viaja pra Europa…hahaha). Daí, na hora de ir embora eu vi um cartaz perto da porta dizendo da venda de um pacote, com jantar e o ingresso pra entrar no perímetro no dia do Ano Novo. Conversei com a atendente, ela me mostrou as opções e fechamos. Compramos o jantar pro Ano Novo e a pulseirinha. A desvantagem nessa compra é que as mesas tinham horário específico. A gente pegou uma mesa as 19h30, pra ficar 1h30 jantando. Depois tínhamos que desocupar a mesa pro próximo cliente. Poderíamos ficar no bar do restaurante até a hora da virada, se tivesse lugar no bar.
Quando chegou dia 31, começou a aventura. No final do dia nos arrumamos e fomos para o restaurante. Estávamos hospedados num hotel ao lado da estação Tottenham Court Road do metrô. Pegamos o metrô e descemos em Westminster. E a rua já estava cheia, as barreiras já colocadas, guardas e seguranças por todo lado.
Ok! Vimos uma fila enorme e larga, bem larga, de pessoas para apresentar suas pulseirinhas e entrar no perímetro. Estamos lá, olhando para o relógio (pois o restaurante nos deu 15 minutos de tolerância para garantirmos a mesa E o jantar já pago, no caso de atraso). De repente eu vi um guarda do staff do evento falando algo em um megafone. Mal e mal entendi que aquela entrada era apenas para quem tinha o acesso ao portão NORTE. Fiquei na dúvida, meu marido disse: É aqui mesmo, relaxa.
Eu, como boa mulher que sou, catei outro guarda e perguntei se eu podia entrar por ali, mostrando minha pulseirinha. E… não. Minha pulseira dava acesso para o lado sul, ou seja, DO OUTRO LADO DO RIO. E faltava pouco mais de meia hora pra HORA EM QUE EU DEVERIA ESTAR SENTADA COMEÇANDO A JANTAR.
E então, como faz? Meu marido queria ficar lá, e na hora convencer o cara a deixar a gente entrar. Não. Não mesmo. Eu não ia arriscar negociar com meu ruim-das-pernas-inglês com o guarda na entrada, contando que ele ia falar: É nóis. Aqui é curintia. Entra aí, parça! Não! Ali não era o Brasil. Eu tinha CERTEZA que não ia dar certo. (e não sou corintiana, só pra constar, hehehe).
Bati o pé, esperneei, arranquei a roupa e convenci o marido a irmos correndo pro outro lado do rio. Depois de esbaforidamente chegarmos na outra entrada, passamos na frente de todo mundo e eu mostrei o voucher da nossa reserva do restaurante. A moça olhou pro relógio e deixou a gente entrar. UFA!!! Faltavam poucos minutos pra entrar no restaurante. Deu certo, jantamos muito bem, mas não tinha lugar no bar. Não dava nem pra chegar perto do balcão do bar. Ok! Vamos lá pra fora, a gente se vira.
E nos viramos. Viramos quase dois picolés. Hahahahaha… A área por ali era pequena. Até dava pra andar um pouco mais na beira do rio, até chegar na barreira, mas não ia mudar nada. A gente andou um pouco, achamos um lugar estratégico exatamente atrás da London Eye, onde tem um pátio ao ar livre e decidimos ficar ali. Depois de alguns minutos, começou a chover e parar de chover várias vezes, voltamos pra rua e achamos uma marquise, onde tem um restaurante, uma lojinha de vende-tudo, comércio fechado, e tal. E ficamos ali, sentados nos degraus dessa marquise, pelas 3 horas seguintes. A bunda congelou, a perna dormiu, o sono bateu, mas deu pra distrair um pouco comentando sobre as pessoas e quantas periguetes de estola de peles, short e salto alto passavam por ali. Foi impressionante.
Quando foi chegando a hora da virada fomos pro “nosso lugar” e então tudo valeu a pena. A London Eye já fica iluminada toda noite, mas nessa ela ficou lindamente interativa. Conforme a música mudava de ritmo as luzes acompanhavam. E o show de fogos na hora da virada foi emocionante. Curtimos muito, tomamos nossa champagne e decidimos ir embora, tava muito frio. Uns 2 graus. Eu nem consegui ver quanto de sensação térmica, mas bem que eu gostaria. Adoro o frio. Mas tem limites…hehehe…
Seguimos pela ponte Westminster até que alguém passou por nós no sentido contrário dizendo que estava fechado lá na frente, ninguém passava. Oh boy! Toca voltar tudo.
Seguimos então pra estação Waterloo, a mais próxima ali da margem sul que estava aberta. A cada 500m mais ou menos a gente avistava um grupinho de guardas e staff e eu perguntava: Tá perto?
Sim, siga por aqui, é uns 5 minutos de caminhada.
E fomos, fomos, fomos. A galera foi aumentando. Idosos, gente com criança de colo, com carrinho de bebê, grupinhos de garotas histéricas, grupos de imigrantes falando línguas estranhas, bêbados vomitando. Até que me vi numa rua residencial. Estava TOTALMENTE tomada por pessoas. De repente parou tudo. Acho que minha adrenalina tava bem alta e o cansaço não deixou eu entrar em pânico, por que eu realmente tenho medo de ser pisoteada. Adoro um show, mas sempre fico apavorada com a muvuca.
Ficamos parados quase meia hora, sem saber o que estava acontecendo. Daí, meu marido viu lá na frente 4 guardas montados em cavalos. Eles se elevavam sobre a multidão. Então, imaginamos que, pelo fato de ter muuuita gente aglomerada, eles estavam fazendo esse reforço. Só que se houvesse uma confusão, como eles iam resolver com aqueles cavalos gigantes sem machucar mais ninguém? Não há resposta pra essa pergunta.
Enfim, começou a andar de novo. Fomos indo devagar, todos num bloco único. Quando chegamos na barreira dos cavalos, eles gritavam pra não empurrarem, não correrem. Os cavalos eram muito, muito grandes. E no meio daquele povo todo, eles nem se moviam. Eu fiquei pensando que se um deles se assustasse por qualquer motivo e pisasse em alguém… aiai… Eles são extremamente treinados. A coisa mais linda do mundo. E mais pra frente tinha outra barreira dessa, com mais 4 guardas montados. Depois dessa segunda barreira andamos mais uns 300 metros até a entrada do metrô. Lá dentro estava tranquilo e eu entendi então as paradas. Os guardas seguravam a multidão pra não entrarem todos juntos na estação e aglomerar muito lá dentro, onde era fechado e realmente podia ocorrer sérios problemas e acidentes. Por essa perspectiva eu me senti grata por ter ficado em pé na multidão. Nem tava frio. O calor humano aquecia todo mundo.
Quando chegamos no hotel já eram 3h30 da manhã. Pelas minhas contas, começamos a voltar pro hotel depois dos fogos, lá pela 12h45, chutando alto.
Enfim, apesar de todo o perrengue valeu a pena demais! Eu penso que quando se está viajando temos que ter em mente de que imprevistos não podem acontecer. Imprevistos VÃO ACONTECER. E temos que saber levar na esportiva. Podemos até ficar estressados no momento, mas devemos lembrar de onde estamos, do que estamos fazendo. E que passar perrengue, tomar chuva, comer mal às vezes, faz parte da viagem. Não tem como escapar. Vem no pacote. Só assim tem graça, por que depois temos muita história pra contar o risadas pra dividir.
Então, se você está indo passar o Ano Novo em Londres, saiba que o saldo positivo é muito bom, você estará numa das maiores capitais do planeta, com lugares, prédios, pessoas e ruas lindas pra ver, explorar, aprender. E tudo coroado por um show de fogos emocionante, vibrante e colorido. Vale a pena! 😉
***
Texto e fotos da leitora Daniela Nogueira, que escreve o blog Cantinho da Fads
***
Leia também sobre o Reveillon 2016:
Cruzeiros pelo Tâmisa na noite do reveillon
Festa de Reveillon com vista para os fogos
Passeios guiados em português no Natal e Reveillon
Isabel
Dependendo do dia e hora do voo que conseguir pra estar lá até dia 1º de janeiro, talvez eu tenha que chegar em 31/12 e, preciso saber se é perigoso sair sozinha do hostel que fica Oxford na Street para ver a “queima de fogos” ???
Lá não conheço nada e ainda não consegui tempo pra pesquisar bem, pois estou em provas até 05/12/2016. Na verdade eu vou pra Glasgow a trabalho voluntário por um mês, mais tenho que passar lá por necessidade de uma compra. Gratidão!
Eneida
Olá Isabel,
Para ver a queima de fogos, você precisará ter ingresso.
Londres em geral é uma cidade segura e haverá muita gente na rua na noite da festa. Tome as precauções adequadas, evitando lugares desertos, etc. Certamente, você encontrará mais gente no hostel que irá para o local da festa.