Edimburgo é dessas cidade pelas quais é impossível não se apaixonar. E apresentada por uma brasileira que mora por lá, fica ainda mais gostosa. Este texto escrito pela Susana Grillo é o segundo da série que estamos publicando sobre a Escócia.
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Uma vez li um livro onde o arqueólogo e historiador escocês Neil Oliver comentava que Edimburgo é uma grande rocha. E, voltando meus olhos para esta fascinante cidade, pensei: como não concordar? Casas e sobrados de pedra enegrecida que se misturam com a rocha vulcânica na qual estão assentadas, ruelas sinuosas e empinadas, que desaguam nos 2 vales formados há uns 20.000 anos atrás, durante a última Era do Gelo. Tudo perfeitamente em harmonia, como se Edimburgo sempre tivesse estado lá.
Quando chegamos à cidade, nossos olhos se detêm no emaranhado de predinhos históricos que formam a Milha Real, a rua principal da cidade, que une, separadas por 1 milha escocesa, o Castelo de Edimburgo com o Palácio de Holyrood, antigas residências reais. E quase sentimos o cheiro e escutamos os sons do antigo mercado medieval que ocupava os “Luckenboots”, as lojinhas do térreo. Gladstone Land ainda está lá, em pé, testemunha dessa arquitetura típica do século XV. Edimburgo surge na rota de passagem dos romanos. Arqueólogos encontraram vestígios de ocupação da Era do Bronze na rocha do Castelo!
Vamos caminhando e começamos a nos dar conta dos inumeráveis becos íngremes que compõe a estrutura da cidade medieval, conhecido localmente como “closes”, ou em tradução direta “fechados”. Edimburgo desde sempre foi muito cobiçada pelos ingleses, então os habitantes locais tiveram que se proteger construindo umas muralhas que cercavam a cidade. Trechos da Muralha de Flodden, de 1513, ainda seguem de pé. Por conta dessas muralhas, a população foi aumentando, mas não foi se espalhando. Tiveram que improvisar e surgem então os primeiros “arranha-céu” aqui na Europa, onde inúmeras famílias, de diversas classes sociais, iam se apertando.
Robert Ferguson é um jovem poeta escocês do século XVIII que retratou como ninguém a vida nesses predinhos ou “lands”. É claro que ainda não havia um sistema de água e esgotos muito desenvolvido então, assim, como em tantas outras cidades da época, os moradores locais se organizaram da melhor maneira possível. E todos os dias, às 10 da noite, eles abriam as suas janelas e gritavam – Gardeloo! – ou “Gardez l’eau” (Olha a água) em um francês com acento bem escocês, esvaziando ao mesmo tempo uns 50.000 pinicos pelas janelas. Ai dos desavisados…. Lemos em alguns relatos de viajantes da época que dava para saber onde Edimburgo se encontrava dependendo da direção do vento.
Hoje, pós Revolução Industrial, Científica e Intelectual, já não caminhamos por ruelas fétidas e escorregadias, nem tampouco podemos escolher diversos tipos de grão, batata, carne, lã, manteiga e leite em seu mercado local. Mas a atmosfera continua rica e intensa, como se todos esses personagens e momentos históricos não quisessem deixar Edimburgo, se apoderando de suas ruelas, praças e sobrados, e explicando o porquê de o nosso coração bater mais forte cada vez que vamos avançamos por suas ruas de pedra.
Texto e fotos: Susana Grillo
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Leia também: 7 motivos para visitar a Escócia
Mila
Olá, Eneida!
Gostaria de saber se você tem alguma dica de como economizar em Edimburgo. Lá existe alguma forma de comprar ingressos combinados para as atrações ou algum outro tipo de promoção?
Obrigada!!
Eneida
Oi Mila,
Sugiro que entre em contato com a Suzana (email no post). Nunca pesquisei promoções em Edimburgo.
Roberto
Bom texto. Mas,e o que me diz d euma visita lá em janeiro? A temperatura é suportável?
Eneida
Olá Roberto,
Janeiro é dos meses mais frios, média entre 1 e 6 graus C.
Ingrid
Estive na Escócia ano passado, em uma viagem combinada com Londres. Edimburgo é uma cidade linda! Pequena mas com muitas atrações. Fiz também um passeio guiado de 2 dias pelas Highlands no interior da Escócia. Inesquecível! Fiquei encantada com esse país. Vale muito a pena. E a viagem de trem entre Londres e Edimburgo também é muito bonita.
Roselena
Também fiz esta viagem em julho de 2014 Ingrid, adorei, é tudo muito lindo mesmo! Abraços
Marcio Motta
Olá Ingrid, tudo bem?
Você tem o contato para fazer o passeio guiado pelas Highlands? Obrigado!