Já reparou como são bonitas e muito características as placas com nomes de pub?
O mais interessante, no entanto, é que por trás destas lindas placas, há uma longa história. Eu aprendi muito sobre o assunto lendo o livro “A book about Pub Names” de Elaine Saunders.
Nele, a autora apresenta uma breve história dos pubs e em seguida, discorre sobre o significado de dezenas de nomes populares.
Neste post, reuni alguns fatos que achei interessante.
As placas
A finalidade das primeiras placas, ainda na época da invasão romana na Inglaterra, era divulgar para quem passasse na rua ou estrada que o estabelecimento era uma pensão, ou vendia comida e bebida para os viajantes.
Isso era feito colocando-se um simples objeto ou imagem característica do lado exterior do prédio. Como a grande maioria da população era analfabeta, a imagem deveria ser bem clara e simples. A placa poderia informar também quais tipos de bebidas, de acomodação e de entretenimento estavam disponíveis no local.
Até hoje as placas têm a mesma finalidade, mas à medida que o tempo foi passando, os nomes evoluíram e passaram a ter outras funções, como homenagear heróis, personalidades e figuras nacionais e, de uma forma pictorial e muito diferente, contam um pouco da história da Grã-Bretanha.
Alguns nomes de pubs
Na Roma antiga, os locais que vendiam vinho penduravam ramos de videira na porta para divulgação.
Como na Inglaterra não havia videiras, eram colocados pequenos arbustos (“bushes”) para indicar que o estabelecimento aceitava hóspedes ou servia refeições e bebidas. Até hoje é comum vermos nomes como Bush ou Bull & Bush.
As primeiras pensões (em inglês “Inn“) eram administradas por monastérios e casas religiosas e o público a que atendiam era em sua maioria peregrinos e cavaleiros a caminho das Cruzadas, na Terra Santa.
Com este tema, restam vários nomes de pubs: Ye Olde Trip to Jerusalem, Turk’s Head, Saracen’s Head e Lamb & Flag (Cordeiro e Bandeira: o cordeiro representando Cristo e a bandeira como sinal dos cruzados).
Mesmo com a reforma da igreja feita no século XVI por Henrique VIII, os nomes com conexões religiosos persistiram e existem até hoje: The Mitre (Mitra), The Ship (o Barco, simbolizando a Arca de Noé), The Anchor (a Âncora, simbolizando a fé cristã).
No entanto, muitas pensões e bares tiveram seus nomes alterados por outros que demonstravam a lealdade ao rei: King’s Heads, Tudor Roses, ou aos nobres, donos das terras: The Bedford Arms, The Duke of Buckingham. O próprio Henrique VIII (Henry VIII) é um dos reis mais homenageados com nomes de Pubs.
Outro fato interessante é que as placas também divulgavam o tipo de entretenimento oferecido pelo local: jogos, lutas, danças, etc. Os nomes Chequers (jogo de damas), ou The Fighting Cocks (os galos de briga) são exemplos característicos.
Alguns estabelecimentos eram local de reunião de um tipo de profissional, como pedreiros, pescadores, ferreiros e os nomes guardam a tradição: The Bricklayer’s Arms (Brasão dos Pedreiros) ou The Three Hammers (Os três martelos).
Além disso, todo estabelecimento que oferecesse algum serviço especial, anunciava no nome: The Farriers Arms (Brasão do ferrador), The Post House (Casa Postal).
The George Inn
O pub The George, na região de Southwark, é o único exemplar em Londres de um tipo de pensão que foi muito comum na Inglaterra, chamada Coaching Inn.
Estas pensões atendiam aos viajantes e seus cavalos em uma época em que se viajava em média 30 km por dia. Assim, para se ir de Londres a Cambrige por exemplo, distância que hoje é percorrida pelo trem em cerca de 1 hora, era preciso dormir no caminho, de forma a completar no dia seguinte os 80 km que separam as duas cidades.
O The George data de 1550 e como está próximo à London Bridge, foi um local popular de hospedagem para todos que passavam pela City of London.
Segundo Elaine Saunders, o The George era um dos Coaching Inns mais movimentados de Londres e era frequentado pelo escritor Charles Dickens, que faz menção a ele no livro “The Little Dorrit”.
O pub, que já foi destruído pelo fogo duas vezes, mantém até hoje o mesmo estilo do século XVI. Embora os quartos tenham sido transformados em restaurante, o bar com vigas de madeira reproduz fielmente a atmosfera da antiga pensão.
O The George é um dos pubs incluídos no nosso Pub Crawl, um passeio guiado por pubs históricos. É um programa noturno que reúne história, arquitetura, ótimas cervejas e a oportunidade de conhecer outros brasileiros que estão passeando, morando ou estudando em Londres como você – informações aqui.
Leia mais sobre pubs em Londres:
Miniguia para se dar bem no pub
E você, viu e fotografou placas de pub interessantes? Conte pra gente na caixa de comentários!
Elizio Gustavo Miranda dos Santos
Oi Eneida, estou com uma duvída boa. Como disse, vou estudar inglês aí no final de Julho. Será um curso de 12 semanas. Vou optar por homestay com café da manhã e jantar incluso. A principio pensei em ficar em Hastings. Depois avaliei melhor a penso que ficar em Londres possa ser melhor em termos de acessibilidade a transportes e alimentação mais baratos. Estou pensando em levar em dinheiro, 1,200 GBP em espécie para cobrir apenas meus gastos com alimentação, transportes e pequenas compras neste período inicial até eu receber meu pagamento, pois sou servidor público aqui no Brasil e estarei de licença neste período. O que vc acha? É pouco? Mais uma coisa: Será que, eu contratando estadia/alimentação por fora seria mais barato? Para que vc possa me ajudar melhor, vou te passar os valores que estou pretendendo contratar: homestay com café da manhã e jantar: 2,928GBP, + Studycare 96GBP por um empresa de intercâmbio chamada Embassy. Outra coisa, eu recebo meu pagamento pelo Banco do Brasil. É possível eu receber em uma agência do Banco do Brasil já convertido aí mesmo em Londres? Ou seria melhor meus parentes aqui no Brasil receber e mandar para mim em depósito naqueles cartões pré-pagos? Mais uma coisa: Faço tratamento para ansiedade e tomo Rivotril (clonazepan) de 2 mg pela manhã e noite. Posso levar daqui do Brasil meu remédio levando uma receita de minha médica? Ouvi dizer que envolve certa burocracia… E na hipótese de eu precisar comprar o remédio aí, é possível após uma consulta médica? Obrigado.
Eneida
Olá Elizio,
Gastos são muito pessoais, eu não costumo dar palpite neste quesito. Sugiro que você estabeleça seu orçamento e se atenha a ele.
Dicas de economia: http://www.londresparaprincipiantes.com/dicas-de-economia-em-londres/
Entendo que levando o remédio com a receita, você não terá problemas. Acho mais seguro do que deixar para comprar em Londres.