Continuando no tema de Harry Potter, o Rafael escreveu este texto contando um pouquinho do que ele aprendeu estudando para o novo tour que está guiando.
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Tu já leste Harry Potter? Se ainda não, com certeza conheces alguém que já, correto?
Arrisco afirmar isso porque mais de 400 milhões de cópias do livro contando a história do famoso bruxo inglês já foram vendidas em todo o mundo. É como se cada brasileiro tivesse dois exemplares.
A autora inglesa J. K. Rowling é considerada gênio pra muitos e muitos fãs (inclusive eu) devido ao enredo da história e à inspiração que a série causou no mundo. Afinal de contas a autora mistura bem e mal com amor e ódio no desenrolar dos livros e conta uma história que realmente nos faz pensar e querer trazer todos os atributos positivos dos livros à vida real. Ao pesquisar para o novo tour que estou guiando em Londres acabei descobrindo que J. K. Rowling nunca usou a expressão “eu te amo” nos livros. Pelo que li a respeito, a ideia era justamente mostrar como é possível expressar amor ao próximo mesmo sem dizer em voz alta. Jogada de gênio!
https://youtu.be/nAq0hrNUEi0
[50 melhores momentos de Harry Potter – programa exibido pela TV britânica em 2011]
Dizem que não devemos medir sucesso pelos números mas de qualquer forma eles chamam muita atenção: o último filme da série possui a sétima maior bilheteria da história do cinema; o último livro vendeu em média 173 unidades por segundo no primeiro dia de vendas; e esta é a série de livros mais relida do mundo. Podia continuar escrevendo vários e vários fatos sobre o fenômeno, mas é só lembrar que foi construído um parque temático que te carrega pra este mundo de fantasia em Orlando, nos Estados Unidos; e que os estúdios onde todos os filmes foram gravados em Leavesden, do lado de Londres, recebem mais de 5 mil visitantes por dia.
A que se deve tanto sucesso afinal de contas? Muitas especulações da “fórmula do sucesso” da autora ainda são feitas mas minha opinião é que, em primeiro lugar, a série não trata apenas de fantasia como o caso de Crepúsculo ou Avatar, por exemplo. Ela mistura fantasia com realidade (os bruxos e os trouxas) e brinca muito com isso, então fica mais fácil para o leitor sentir-se parte da trama. Ou pelo menos querer fazer parte. Outro ponto que considero importante é que ela trata nos livros de amor, lealdade e que o bem sempre vence, e creio que por estarmos tão deficientes disso hoje em dia acabamos acima de tudo querendo que aquele mundo e aqueles sentimentos sejam mais presentes num mundo real e atual.
A autora conta que a ideia pra história e pro bruxo vieram enquanto ela estava em Manchester e voltando pra Londres, mas o trem dela estava quatro horas atrasado. Ela não teria onde anotar as ideias mas fez o possível pra guardar tudo na mente e já teria começado a escrever naquele mesmo dia. Seis anos depois, em 1996, ela estaria terminando a primeira edição e indo pra etapa mais difícil: vender o material que ela tinha em mãos.
Ela conseguiu um agente, mas mesmo assim ouviu muitos “nãos” pelo caminho. Oito, pra ser mais exato. Oito editoras que devem ter se arrependido muito do “NO” que elas riscaram. Mas foi então que a editora Bloomsbury, que estava iniciando um núcleo de livros infantis (veja bem, que inocentes) aceitaram publicar e pagaram a J. K. Rowling £ 3 mil adiantados. Harry Potter e a Pedra Filosofal foi publicado no ano seguinte, em 1997, com uma tiragem inicial de 500 livros. Destes 500, 300 foram parar em bibliotecas e 200 foram à venda. Hoje, um destes 200 exemplares vale mais de £ 2 mil (o eBay está aí pra provar isso).
No lançamento do último filme, Harry Potter e as Relíquias da Morte, o tapete vermelho da première iniciava em Trafalgar Square e J. K. Rowling declarou que jamais imaginaria aquele momento acontecendo. O sonho dela era apenas ter o livro publicado, o que já havia realizado. Jamais imaginaria ela que influenciaria tanto em nossas vidas e que seria responsável por espalhar pensamentos de bem pelo mundo.
Não deixe de viver a experiência do Warner Bros Studio Tour e junte-se a mim em um passeio temático de duas horas no centro de Londres sobre Harry Potter.
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