A discordância entre os interesses do Reino Unido e as políticas da União Europeia levou o Primeiro Ministro, David Cameron, a fazer uma promessa na campanha eleitoral de 2015, que se eleito fosse, faria uma consulta à população sobre a permanência do Reino Unido como país membro da União Europeia. Eleito foi, está cumprindo a promessa. O referendo foi marcado para 23 de junho de 2016 e o assunto, como não podia deixar de ser, ocupa o noticiário e é tema de conversas em todo o país.
Os que pedem a saída do país da UE, ou Brexit (junção das palavras “Britain” e “Exit”) como está sendo chamada, acreditam que a União Europeia impõe regras demais às empresas e negócios e que cobra bilhões de libras por ano, oferecendo pouco em troca. A questão da imigração também é central, já que o movimento livre de pessoas é um dos princípios da União Europeia, o que significa que qualquer indíviduo de um país membro pode migrar para qualquer outro sem ter necessidade de visto. Segundo os defensores do Brexit, o Reino Unido deveria retomar o controle de suas fronteiras e reduzir a quantidade de imigrantes, que só aumenta a cada ano. A soberania nacional também está em jogo e a ideia de um “Estados Unidos da Europa” chega a causar arrepios nos defensores da saída.
Já os que defendem a permanência do Reino Unido na Europa, Bremain na gíria local (“Britain” e “Remain”), afirmam que os acordos de comércio com os outros países membros geram uma enorme renda para o RU e que o fluxo de imigrantes é vantajoso, uma vez que a economia nacional depende da mão de obra dos imigrantes e dos impostos pagos por eles. Os defensores do Bremain também acreditam que o Reino Unido independente da Europa perderia seu status junto aos demais países do mundo, especialmente os Estados Unidos, que já declararam que apóiam a permanência do país na UE.
Na verdade, ninguém sabe o que acontecerá se o país votar pela saída, uma vez que será a primeira vez que um dos estados membro deixa a União Europeia nestes 40 anos de sua existência. Obviamente, os acordos internacionais de negócios e de fluxos de pessoas terão de ser refeitos com os outros países, a um custo muito difícil de calcular. Alguns dizem que será um ótimo negócio para o Reino Unido, outros têm certeza que será um caminho para sua ruína econômica.
[Pesquisa de opinião sobre o referendo – Clique no gráfico para ver ampliado – fonte]
Assim, a menos de 5 semanas da votação, o país está bem dividido. Uma pesquisa divulgada nesta semana, aponta que a vontade de permanecer na União Europeia está ganhando por apenas 4%, mas dado o alto número de indecisos (12%), nada está garantido. Em termos bem gerais, os britânicos mais idosos e os mais conservadores apóiam a saída, enquanto que os mais jovens e os mais liberais votarão pela permanência do Reino Unido na União Europeia.
Como fica a situação dos europeus que vivem no Reino Unido?
A questão da saída da União Europeia tem preocupado os mais de 2 milhões de europeus, entre eles milhares de brasileiros com dupla nacionalidade, que moram e trabalham legalmente no Reino Unido.
Os que fazem campanha pela Brexit (saída) afirmam que uma das vantagens de um Reino Unido independente é que o país poderia impor as mesmas restrições de entrada que são atualmente impostas aos cidadãos de países de fora da UE (brasileiros sem dupla nacionalidade, por exemplo), causando grande transtorno aos imigrantes já estabelecidos no país.
No entanto, em entrevista ao jornal The Guardian, o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, um dos principais líderes a favor da saída, afirmou que quem já está no Reino Unido terá o direito de permanecer. Um argumento que é lembrado a respeito dessa questão é que a Convenção de Viena protege os direitos adquiridos dos indivíduos em casos de alterações em tratados internacionais.
Mas ainda existem muitas questões a serem respondidas. Não se sabe, por exemplo, se os cidadãos europeus terão automaticamente o direito de permanecer no Reino Unido, ou se terão de solicitar um visto de permanência.
Dessa forma, muitos europeus têm entrado com processo de obtenção de cidadania britânica para evitar problemas que possam surgir. Para se qualificar ao processo, o indivíduo deve ter morado no país por mais de 5 cinco anos, passar em um teste sobre aspectos da cultura, história, governo e legislação do Reino Unido, e comprovar o domínio do idioma inglês. Veja informações aqui.
Flávia
Oi Eneida! Um dia como esse, de manhã cedo já me lembrei de dar uma passadinha no LPP. Estou torcendo pelo sucesso dos britânicos. Que venham boas marés para esse povo. Realmente é um pouco chocante ter o nome Muhammed como o nome de criança mais popular na Inglaterra, não quero me estender, sou uma leiga no assunto, mas esse e uns outros exemplos do que vi em Londres me fazem pensar na palavra “extinção” mas não de animais e sim da identidade cultural de um povo. Enfim, são muitas ramificações para que o povo britânico tenha tomado essa decisão. Eu só posso estar torcendo para que venha o melhor para esse povo incrível !!! (em tempo: parei de receber o rss, vou me recadastrar) Beijos querida!
Eneida
Oi Flavia,
Teremos um período de instabilidade em que ninguém sabe bem o que vai acontecer, mas estamos torcendo também que tenha sido a decisão acertada. O RSS está com problemas, estamos tentando consertar! Beijos
C.Tamborim
Lamento se ocorrer a licença da Inglaterra do bloco da UE. Um grupo formado há muitos anos com objetivos comum, respeito comum, responsabilidades comum, com esforço e trabalho. Algo que jamais veremos em nosso continente onde há muitas mazelas principalmente na área de educação e a lei de levar vantagem em tudo. O planeta já tem problemas d+ e acredito que o caminho seja a integração e não a desintegração.
Nayra Soares
Boa Tarde! Eneida, estarei em Londres no dia 23, e gostaria de saber se o referendo pode atrapalhar os turistas, como por exemplo, fechando algumas atrações, como os museus. Obrigada.
Eneida
Oi Nayra,
Creio que não, penso que tudo funcionará normalmente como acontece nas eleições.
Andre Ramos
Olá parabens pelo site!
Tenho uma duvida, ficarei 2 dias em Londres, e meu voo de volta partirá de Heathrow as 6 da manha, visto isso, é melhor se hospedar perto do aeroporto ou ficar proximo do centro?
Kamila
Andre, o Heathrow é um pouco longe do centro da cidade. Sendo que tem uma linha de metrõ própria o Heathrow Express que sai do terminal de Paddington. De lá é uns 15/20 min até o aeroporto. Também tem como você ir pelo metrô normal fazendo baldeação, só que levaria bem mais tempo. Visto que seu voo sai bem cedo e que você precisa estar no Heathrow com pelo menos 1h de atencedencia talvez seja melhor procurar hospedagem próximo ao aeroporto.
Eduardo Antônio De Moura
Depois da Segunda Guerra Mundial o Império Britânico dissolveu-se e com o fim dele acabou-se também a Inglaterra.
Isso, apesar da pose que os ingleses tentam manter para fingir que ainda são “grandes”, mas a realidade é bem diferente.
A Inglaterra real está FALIDA e houve um período em que sua própria moeda, a Libra Esterlina, teve que ser “salva” quase “na marra” pelos EUA.
A salvação inglesa veio mesmo com o Mercado Comum e mais recentemente com a União Européia, que deu um folego extra à superada, arcaica, cansada, inútil e inoperante estrutura inglesa e a recolocou forçadamente no concerto das nações em pé de igualdade.
Isso, apesar da atual Inglaterra ter menos importância e rentabilidade para a UE que por exemplo, a Bélgica, ou mesmo a Itália.
Tem um ditado brasileiro que reza: “Macaco que pula de galho em galho… QUER CHUMBO!”
E é isso que deverá acontecer com a Inglaterra se ela abandonar a UE que por sinal, não necessita da Inglaterra pra nada; inclusive na defesa, totalmente sustentada pelos EUA…
Ou você nunca ouviu falar que a Inglaterra, apesar da Rainha, não é mais que um 51º Estado Norte-americano?
E neste caso, o 52º seria o Japão… mas esta já é OUTRA ESTÓRIA!
Seja como for, acredito que os ingleses não darão um tiro no próprio pé e não sairão da UE. Mas eu torço pra que façam isso e se ferrem de uma vez, pois eu… odeio os ingleses!